Como seria a vida num “estado de natureza”, num mundo sem governo?
Tomamos como adquirido o facto de vivermos num mundo de instituições políticas: o governo central, o governo local, a polícia, os tribunais. Estas instituições distribuem e administram o poder político. Colocam pessoas em cargos de responsabilidade e estas pessoas podem reivindicar o direito a mandar-nos a agir de determinadas formas.
É claro que não poderíamos abolir o estado apenas para descobrir como seria a vida sem ele e, por isso, na prática, o melhor que podemos fazer é uma experiência mental. Imaginamos um “estado de natureza”, uma situação na qual o estado não existe e ninguém detém o poder político. Em seguida, tentamos determinar como seria viver nestas condições.
Alguma vez existiu um estado de natureza? Muitos filósofos parecem relutantes em comprometer-se relativamente a este assunto. Jean-Jacques Rosseau (1712-1778), por exemplo, pensava que levaria tanto tempo a passar de um estado de natureza para a “sociedade civil” (uma sociedade governada por um estado formal), que se tornava blasfemo supor que as sociedades modernas teriam surgido dessa forma. Afirmava que o tempo necessário à transição seria superior à idade do mundo, tal como registada nas escrituras.
Mas mesmo que nunca tenha existido um verdadeiro estado de natureza, podemos ainda assim, considerar como seria a vida se, hipoteticamente, nos víssemos sem um estado. Thomas Hobbes (1558-1679) em Leviatã, traçou um quadro negro desta situação hipotética, esperando convencer os leitores das vantagens do governo.
Mas é possível um estado de natureza? Por vezes, diz-se que não só os seres humanos sempre viveram sob um estado, como essa é a única forma de eles conseguirem viver. De acordo com esta perspectiva, o estado existe naturalmente, no sentido de ser natural para os seres humanos. Talvez não fôssemos seres humanos se vivêssemos numa sociedade sem estado. Talvez fôssemos uma forma inferior de vida animal. Se os seres humanos existem, também existe o estado.
WOLFF, Jonahan, Introdução à Filosofia Política, 1ª edição, 2004. Lisboa: Gradiva, pp. 18-19
Tomamos como adquirido o facto de vivermos num mundo de instituições políticas: o governo central, o governo local, a polícia, os tribunais. Estas instituições distribuem e administram o poder político. Colocam pessoas em cargos de responsabilidade e estas pessoas podem reivindicar o direito a mandar-nos a agir de determinadas formas.
É claro que não poderíamos abolir o estado apenas para descobrir como seria a vida sem ele e, por isso, na prática, o melhor que podemos fazer é uma experiência mental. Imaginamos um “estado de natureza”, uma situação na qual o estado não existe e ninguém detém o poder político. Em seguida, tentamos determinar como seria viver nestas condições.
Alguma vez existiu um estado de natureza? Muitos filósofos parecem relutantes em comprometer-se relativamente a este assunto. Jean-Jacques Rosseau (1712-1778), por exemplo, pensava que levaria tanto tempo a passar de um estado de natureza para a “sociedade civil” (uma sociedade governada por um estado formal), que se tornava blasfemo supor que as sociedades modernas teriam surgido dessa forma. Afirmava que o tempo necessário à transição seria superior à idade do mundo, tal como registada nas escrituras.
Mas mesmo que nunca tenha existido um verdadeiro estado de natureza, podemos ainda assim, considerar como seria a vida se, hipoteticamente, nos víssemos sem um estado. Thomas Hobbes (1558-1679) em Leviatã, traçou um quadro negro desta situação hipotética, esperando convencer os leitores das vantagens do governo.
Mas é possível um estado de natureza? Por vezes, diz-se que não só os seres humanos sempre viveram sob um estado, como essa é a única forma de eles conseguirem viver. De acordo com esta perspectiva, o estado existe naturalmente, no sentido de ser natural para os seres humanos. Talvez não fôssemos seres humanos se vivêssemos numa sociedade sem estado. Talvez fôssemos uma forma inferior de vida animal. Se os seres humanos existem, também existe o estado.
WOLFF, Jonahan, Introdução à Filosofia Política, 1ª edição, 2004. Lisboa: Gradiva, pp. 18-19
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