Supõe que
estás na bicha de uma cantina e que, quando chegas às sobremesas, hesitas entre
um pêssego e uma grande fatia de bolo de chocolate com uma cremosa cobertura de
natas. Escolhes o bolo.
No dia
seguinte perguntas-te: “Podia ter comido antes o pêssego” Que quer dizer isto?
E será verdade?
Havia pêssegos
quando estavas na bicha da cantina: e tiveste oportunidade de ter tirado antes
um pêssego. Mas não é apenas isso que queres dizer. Queres dizer que podias ter
tirado o pêssego em vez do bolo. Podias ter feito algo diferente daquilo que
realmente fizeste. Antes de te teres decidido, estava em aberto se havias de
tirar fruta ou bolo, e foi apenas a tua escolha que decidiu qual dos dois
havias de comer.
Quando afirmas “podia ter comido
antes o pêssego”, queres dizer que isso dependia apenas da tua escolha?
Mas isto ainda
não parece suficiente: Não queres apenas dizer que, se tivesses escolhido o
pêssego, teria sido isso que terias comido. Quando dizes “podia ter comido
antes o pêssego”, também queres dizer que podias tê-lo escolhido – não há aqui
ses nenhuns. Mas que quer isto dizer?