Clive Bell
O ponto de partida para todos os sistemas da estética tem de ser a experiência pessoal de uma emoção peculiar. Aos objectos que provocam tal emoção chamamos obras de arte. Qualquer pessoa sensível concorda que há uma emoção peculiar provocada pelas obras de arte. Não quero dizer, claro, que todas as obras de arte provocam a mesma emoção. Pelo contrário, cada obra de arte produz uma diferente emoção. Mas todas essas emoções são reconhecivelmente do mesmo tipo; de qualquer maneira, esta é, até agora, a melhor opinião. Que existe um tipo particular de emoção provocado por obras de arte visual e que essa emoção é provocada por todos os tipos de arte visual, por pinturas, esculturas, edifícios, peças de cerâmica, gravuras, têxteis, etc., etc., não é disputado, penso eu, por ninguém capaz de a sentir. Esta emoção é chamada emoção estética, e se pudermos descobrir alguma qualidade comum e peculiar a todos os objectos que a provocam, teremos resolvido o que considero ser o problema central da estética. Teremos descoberto a qualidade essencial numa obra de arte, a qualidade que distingue as obras de arte de outras classes de objectos.
Pois, ou todas as obras de arte visual têm alguma qualidade comum, ou quando falamos de "obras de arte" estamos a desconversar. Cada pessoa fala de "arte", fazendo uma classificação mental pela qual distingue a classe das "obras de arte" de todas as outras classes. Qual é a justificação para essa classificação? Qual é a qualidade comum e peculiar a todos os membros dessa classe? Seja ela qual for, não há dúvida que se encontra muitas vezes acompanhada por outras qualidades; mas estas são casuais — aquela é essencial. Tem de haver uma qualquer qualidade sem a qual uma obra de arte não existe; na posse da qual nenhuma obra é, no mínimo, destituída de valor. Que qualidade é essa? Que qualidade é partilhada por todos os objectos que provocam as nossas emoções estéticas? Que qualidade é comum à Santa Sofia e às janelas de Chartres, à escultura mexicana, a uma tijela persa, aos tapetes chineses, aos frescos de Giotto em Pádua, e às obras-primas de Poussin, Piero della Francesca e Cézanne? Só uma resposta parece possível — forma significante. Em cada uma, linhas e cores combinadas de uma maneira particular, certas formas e relações de formas, estimulam as nossas emoções estéticas. Estas relações e combinações de linhas e cores, estas formas esteticamente tocantes, chamo-as "Forma Significante"; e a "Forma Significante" é a tal qualidade comum a todas as obras de arte visual.
A hipótese segundo a qual a forma significante é a qualidade essencial de uma obra de arte tem ao menos o mérito negado a muitas outras mais famosas e impressivas — ajuda a explicar as coisas. Todos nós conhecemos quadros que nos interessam e despertam a nossa admiração, mas não nos tocam como obras de arte. A esta classe pertence aquilo a que chamo "Pintura Descritiva" — isto é, pintura em que as formas não são usadas como objectos de emoção, mas como meios de sugerir emoção ou veicular informação. Retratos de valor psicológico ou histórico, obras topográficas, quadros que contam histórias e sugerem situações, ilustrações de todos os tipos, pertencem a esta classe. Que todos nós reconhecemos a distinção é evidente, pois quem não disse já que tal e tal desenho era excelente como ilustração, mas sem valor como obra de arte? Claro que muitos quadros descritivos possuem, entre outras qualidades, significado formal, e são assim obras de arte: mas muitos outros não. Eles interessam-nos; podem tocar-nos também de uma centena de maneiras diferentes, mas não nos tocam esteticamente. De acordo com a minha hipótese não são obras de arte. Deixam intocadas as nossas emoções estéticas porque não são as suas formas mas as ideias ou informação sugeridas ou veiculadas pelas suas formas a afectar-nos. [...]
Que ninguém pense que a representação é má em si; uma forma realista pode ser tão significante, enquanto parte do desenho, como uma forma abstracta. Mas se uma forma representativa tem valor, é como forma, não como representação. O elemento representativo numa obra de arte pode ou não ser prejudicial; é sempre irrelevante. Pois, para apreciar uma obra de arte não precisamos de nos fazer acompanhar de nada da nossa vida, nem de nenhum conhecimento das suas ideias e ocupações, nem de qualquer familiaridade com as suas emoções. A arte transporta-nos do mundo da actividade humana para o mundo da exaltação estética. Por um momento somos afastados dos interesses humanos; as nossas previsões e recordações são aprisionadas; somos elevados acima da corrente da vida.
Clive Bell
Tradução de Aires Almeida
Retirado de Textos de Apoio ao Manual A Arte de Pensar -10º Ano - Didáctica Editora
1 comentário:
Caros Senhores,
A UNITED PHOTO PRESS - ONG Internacional sem fins lucrativos, lança em Abril, o concurso internacional de fotografia video por telemóvel escrita criativa e pintura "PORTUGAL 2010" www.portugal2010.org com 10 mil euros em prémios, sendo um dos prémios a eleição das 10 melhores fotos na categoria ambiente inserido no Ano Internacional da Biodiversidade www.2010aib.org no valor total de 1.500 euros em prémios, no qual fomos eleitos representantes pelas Nações Unidas (+ info no final da página)
Vimos por este meio solicitar uma futura parceria nas áreas que estejam eventualmente disponiveis.
(divulgação, espaços para futuras exposições, outras...)
Em anexo parcerias com PORTUGAL E BRASIL
PDF do Portugal 2010 em anexo.
Flyer do Press Release em anexo
Logo do Portugal 2010
Banner do Portugal 2010
O regulamento do concurso sairá em Abril, no entanto poderemos adiantar que as parcerias nacionais e internacionais que estamos a efectuar com as associações fotográficas e outras, consiste na divulgação do concurso pelos seus associados e com o logótipo no site. Em parceria, a United Photo Press dará a essas mesmas associações a possibilidade dos associados participarem no concurso de 10 mil euros em prémios, com a mesma taxa de inscrição dos membros internacionais da United Photo Press.
A exposição internacional da United Photo Press "PSR" foi reconhecida pela comissária europeia da prevenção e segurança rodoviária Eva Prodilóva.
O Governo Civil de Viseu apresentou a exposição internacional "PSR" da United Photo Press
O Secretariado da Convenção da Diversidade Biológica das Nações Unidas, elegeu a United Photo Press como parceiro para levar a mensagem “2010 Ano Internacional da Biodiversidade” junto dos portugueses, no território nacional e no estrangeiro.
A United Photo Press é a cordenadora fotográfica do projecto LIMPAR PORTUGAL
O Governo Civil da Guarda apresenta a exposição internacional "PSR" da United Photo Press
A United Photo Press revela-se nos trabalhos que produz. E esses devem-se à confiança que nos é diariamente manifestada por muitas entidades nacionais e internacionais com que colaboramos – e que são parceiros, patrocinadores/apoiantes ou ainda instituições com que nos relacionamos em vários projectos que desenvolvemos. Todas elas nos emprestam o seu prestígio ao associarem o seu nome aos nossos projectos, e tal como nos orgulhamos de apresentar os seus nomes sabemos também que damos o nosso melhor para permitir a estas mesmas entidades continuar o seu bom trabalho.
Com os meus melhores cumprimentos,
CARLOS ALVES DE SOUSA
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