Se fosse expressão do amor amar a primeira criatura que surgisse, então poder-se-ia entender que o indivíduo não se conseguisse explicar melhor, mas como a expressão do amor é amar uma única criatura, uma só no mundo inteiro, então parece que um acto de selecção tão desmesurado teria que conter em si uma dialéctica dos fundamentos à qual seria preciso não dar ouvidos, não tanto porque nada explicasse, mas antes porque seria demasiado extensa para se lhe dar atenção. Mas não, o amante não consegue explicar coisa alguma. Viu centenas e mais centenas de mulheres, terá porventura avançado nos anos, nada sentiu; de súbito vê-a, ela, a única.
Kierkegaard, In Vino Veritas, 1ª edição, 2005. Lisboa: Antígona, p. 65
Kierkegaard, In Vino Veritas, 1ª edição, 2005. Lisboa: Antígona, p. 65
1 comentário:
Já Camões dizia "Amor é fogo que arde sem se ver..."
Amor, amor a sua definição é já sentimento...ou não????
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