quinta-feira, 3 de março de 2011
A JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO E O ESTADO DE GUERRA
domingo, 25 de abril de 2010
INTERESSE COLECTIVO VERSUS INTERESSE INDIVIDUAL

Como pode Hobbes defender que a racionalidade exige simultaneamente a guerra e a paz?
A resposta, creio, reside na distinção entre racionalidade individual e racionalidade colectiva. A racionalidade colectiva é aquilo que é melhor para cada indivíduo, partindo do pressuposto de que todos os outros agirão da mesma forma. As Leis da Natureza traduzem aquilo que é colectivamente racional. Podemos ilustrar esta distinção com um exemplo retirado de Jean-Paul Sartre. Consideremos um grupo de camponeses em que cada um cultiva a sua parcela de terreno, na vertente íngreme de um monte. Individualmente, apercebem-se de que poderiam aumentar a parte utilizável do seu terreno abatendo as árvores e semeando mais. Por isso, todos cortam as árvores. Mas, na tempestade seguinte a chuva arrasta o solo do monte, estragando a terra. Neste caso, podemos afirmar que a acção individualmente racional é cortar as suas árvores, por forma a aumentar a área de terra disponível para a agricultura. (O abate de árvores de uma só parcela de terreno não faz qualquer diferença significativa, no que diz respeito à erosão do solo.) Mas, colectivamente isto é um desastre, pois se todos cortarem as suas árvores, todas as parcelas ficarão inutilizáveis. Portanto, a acção colectivamente racional é deixar a maioria das árvores de pé – se não mesmo todas.
domingo, 22 de junho de 2008
A CRIAÇÃO DAS SOCIEDADES

A teoria autoritária de Hobbes da sociedade como contrato social foi seguida pela de John Locke. Locke era mais optimista do que Hobbes na sua visão da natureza e, portanto, inclinou-se para uma forma de governo mais limitada, na qual os cidadãos individuais detinham direitos em relação ao governo; mas, ainda assim, via a sociedade em grande medida como uma associação frouxa e, na verdade, opcional, de indivíduos.
A concepção de sociedade de Locke influenciou consideravelmente os revolucionários americanos e os autores da Constituição americana. Tocqueville, na década de 1830, considerou que a América já era, notavelmente, uma nação de indivíduos, e embora admirasse a auto-suficiência e a independência dos seus cidadãos, temia o destino final daquilo.