Muitas pessoas crêem em Deus. Muitas pessoas crêem na crença em Deus. Qual é a diferença? As pessoas que crêem em Deus têm a certeza de que Deus existe, o que as encanta porque consideram Deus a coisa mais maravilhosa de todas. As pessoas que, além disso, crêem na crença em Deus têm a certeza de que a crença em Deus existe (e quem o poderia duvidar?) e pensam que este estado de coisas é bom, algo a ser fortemente encorajado e promovido, sempre que possível: se ao menos a crença em Deus estivesse mais espalhada! Deveríamos acreditar em Deus. Deveríamos tentar acreditar em Deus. As pessoas deveriam sentir inquietação, remorsos, um vazio, deveriam até sentir-se culpadas em descobrirem que não acreditam em Deus. É uma falha, mas acontece.
É inteiramente possível ser ateu e crer na crença em Deus. Essas pessoas não crêem em Deus mas, mesmo assim, pensam que crer em Deus seria um estado de espírito maravilhoso, se fosse possível criá-lo. As pessoas que crêem na crença em Deus tentam levar outras a crer em Deus e, sempre que sentem que a sua crença em Deus está a desfalecer, fazem o que podem para a restaurar.
DENNETT, Daniel, Quebrar o Feitiço – a religião como fenómeno natural, 1ª edição, 2008. Lisboa: Esfera do Caos Editores, p. 183
É inteiramente possível ser ateu e crer na crença em Deus. Essas pessoas não crêem em Deus mas, mesmo assim, pensam que crer em Deus seria um estado de espírito maravilhoso, se fosse possível criá-lo. As pessoas que crêem na crença em Deus tentam levar outras a crer em Deus e, sempre que sentem que a sua crença em Deus está a desfalecer, fazem o que podem para a restaurar.
DENNETT, Daniel, Quebrar o Feitiço – a religião como fenómeno natural, 1ª edição, 2008. Lisboa: Esfera do Caos Editores, p. 183
Sem comentários:
Enviar um comentário