domingo, 22 de junho de 2008

A ORIGEM DA RIQUEZA DAS NAÇÕES

Adam Smith afirmou que, numa economia de mercado, cada um de nós apenas se pode tornar rico se for mais eficiente do que os seus concorrentes na satisfação das necessidades dos seus clientes – pensamento traduzido na sua famosa frase: “Não é da benevolência do talhante que esperamos o nosso jantar, mas da sua consideração próprio.” Para servir os nossos próprios interesses, procuraremos produzir bens mais baratos e melhores do que aqueles que já existem. Se formos bem sucedidos, o mercado recompensar-nos-á com riqueza; se fracassarmos o mercado expulsar-nos-á. O resultado colectivo do desejo individual de riqueza é uma nação próspera, que beneficia não só os ricos, mas também “a pessoa mais miserável de um país civilizado”.
Esta tornou-se a justificação-padrão para a desigualdade que resulta da demanda de riqueza num sistema de livre iniciativa. É-nos dito que mesmo os mais pobres não têm razões de queixa, pois estão muito melhor do que estariam se tivessem permanecido numa sociedade pré-industrial. Na verdade, estão muito melhor do que um rei em África.
SINGER, Peter, Como Havemos de Viver – a ética numa época de individualismo, 1ª edição, 2006. Lisboa: Dinalivro, pp. 82-83

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