Pode-se dizer que argumentar é o acto de defender uma ideia, uma opinião, apresentando um conjunto de argumentos, razões que justifiquem essa tomada de posição. A argumentação tem como objectivo levarmos alguém, a acreditar numa tese, ideia que defendemos.
A argumentação tem e sempre teve, embora não nos apercebamos, uma enorme importância no nosso dia-a-dia. Somos muitas vezes obrigados, pelas circunstâncias, a apresentar as nossas razões, as justificações dos nossos comportamentos, das nossas acções e das nossas tomadas de posição. Há também situações nas quais não precisamos de argumentar ou até em que seria uma pura perda de tempo. Imaginemos, por exemplo, que pretendemos fazer ver a alguém que hoje neste preciso momento o tempo está chuvoso, quando uma simples observação mostra que está um sol avassalador, seria portanto inútil uma argumentação nesta situação, ou que pretendemos provar a alguém que um quadrado é uma figura geométrica de 5 lados. Nestas duas situações não há argumentação séria possível, a argumentação não consegue, nestes casos, ser mais credível que uma observação directa dos factos.
O mesmo, já não acontece noutras situações. E são essas que verdadeiramente importam à Filosofia enquanto exercício de argumentação. No caso dos exemplos anteriores, a situação tem resposta directa facilmente comprovada. Mas, quando se trata de argumentar relativamente às grandes questões que preocupam os seres humanos, a situação é diferente, uma vez que elas, na maior parte dos casos, recebem respostas possíveis, razoáveis, mas sempre discutíveis. Questões do tipo: ‘Devemos ou não permitir a clonagem de seres humanos?’, ‘Devemos ou não autorizar o aborto?’, ‘Devemos aceitar que pensem que existem raças superiores e raças inferiores?’ São, entre outras, questões relativamente às quais podemos apresentar um razoável conjunto de argumentos, a favor ou contra, uma vez que se trata de questões relativamente às quais ninguém pode ter certezas absolutas.
No Filme ’12 Homens e Uma Sentença’, é de notar o grande poder argumentativo de um dos jurados. Filme que conta a história de um jovem de dezoito anos acusado do homicídio do pai com uma arma branca, e que por isso está a um passo de ser sentenciado à cadeira eléctrica. Num total de doze votos ele é o único a favor da inocência do rapaz. Este jurado consegue assim, através de uma longa conversa onde este contra-argumenta, joga com os factos e com os testemunhos, chegar assim ao ponto de convencer um a um os onze jurados que votam contra a inocência do rapaz. Esta personagem demonstra o que é de facto a argumentação. Não se baseando unicamente nas opiniões dos outros, tentando formular uma opinião pessoal, julgando as ideias contrárias.
Neste Filme, embora antigo, é bem notória a importância da argumentação no dia-a-dia, e como esta é importante nomeadamente em determinadas profissões associadas à justiça, como foi o caso. Se não fosse a persistência do único apologista da inocência do rapaz, este teria sido declarado culpado e consequentemente lhe seria aplicada a respectiva sentença, sentença que alguns defendiam ser demasiado pesada dada a idade do réu.
Muitas das vezes as nossas opiniões são baseadas em preconceitos, como foi o caso de alguns dos jurados que declaravam culpado o rapaz sem sequer lhe darem o benefício da dúvida. Em muitos casos o preconceito, ideias defendidas por outros formadas antecipadamente sem fundamento sério ou análise crítica, é de certa forma inimigo da argumentação, pois não estamos a formular uma opinião própria, mas sim unicamente a aceitar uma teoria que nos foi transmitida sem pensarmos sequer se fazem ou não sentido.
Carlos Miguel Tomás nº 7 10ºC
1 comentário:
No nosso dia a dia temos que dar argumentos para nos defendermos ou para defender alguém por isso e que existem os argumentos, existem para defender algo ou alguém.
Enviar um comentário