sexta-feira, 12 de novembro de 2010

AS PESSOAS SERÃO RESPONSÁVEIS PELO QUE FAZEM?

Em 1924, dois adolescentes de Chicago, Richard Loeb e Nathan Leopold raptaram e assassinaram um rapaz chamado Bobby Franks apenas para provar que conseguiam fazê-lo. O crime impressionou o púbico. Apesar da brutalidade do seu acto, Leopold e Loeb não pareciam especialmente perversos. Provinham de famílias ricas e eram ambos estudantes excelentes. Aos dezoito anos Leopold era o licenciado mais jovem na história da Universidade de Chicago, e, aos dezanove anos, Loeb era a pessoa mais nova que se tinha licenciado na Universidade de Michigan. Leopold estava prestes a entrar na Escola de Direito de Harvard. Como era possível que tivessem cometido um assassinato absurdo? O seu julgamento iria receber o mesmo tipo de atenção que o de O. J. Simpson, sessenta anos mais tarde.
Os seus pais contrataram Clarence Darrow o advogado mais famoso da altura, para os defender. Darrow era conhecido como o paladino das causas impopulares: tinha defendido sindicalistas, comunistas e um negro acusado de ter morto um membro de uma turba racista. Três anos depois, no seu caso mais famoso, defendeu John Scopes, do Tennessee, da acusação de ter ensinado a evolução numa aula do ensino secundário. Darrow era também o adversário da pena de morte mais conhecido no país. Em 1902, tendo sido convidado pelo director da Prisão de Cook Country para dar uma conferência aos presidiários disse-lhes o seguinte:
Na verdade, não acredito minimamente no crime. No sentido habitual da palavra, não existem crimes. Não acredito em qualquer distinção entre as verdadeiras condições morais das pessoas que estão dentro e das que estão fora da prisão. São iguais. Do mesmo modo que as pessoas que estão aqui dentro não poderiam ter evitado estar aqui, as pessoas que estão lá fora também não poderiam ter evitado estar lá fora. Não acredito que as pessoas estejam na prisão porque o merecem. Estão na prisão apenas porque não puderam evitá-lo, devido a circunstâncias que ultrapassam inteiramente o seu controlo e pelas quais não são minimamente responsáveis.
Estas ideias iriam figurar preeminentemente na defesa de Loeb e Leopold.
O público queria sangue. Quando o julgamento começou, o Chicago Evening Standart saiu com esta manchete:
DARROW PEDE CLEMÊNCIA:
MULTIDÕES AMOTINAM-SE
GUARDA DOS PRISIONEIROS COM BRAÇO PARTIDO
E MULHER DESMAIA POR ESTAR FORA DE SI
MULTIDÃO ENFURECE-SE COM OS GUARDAS;
JUÍZ CHAMA 20 POLÍCIAS
RECEIA-SE QUE ALGUNS SEJAM MORTOS
Leopold e Loeb tinham já admitido a sua culpa, pelo que o trabalho de Darrow era apenas mantê-los fora da forca. Não haveria um juiz. O juiz escutaria os seus argumentos dos advogados e decidiria depois se os réus seriam enforcados.
Darrow falou durante mais de doze horas. Não sustentou que os rapazes eram loucos. Ainda assim, disse, não eram responsáveis pelo que tinham feito. Darrow apelou a uma nova ideia que os psicólogos tinham proposto, nomeadamente que o carácter humano é moldado pelos genes dos genes do indivíduo e pelo ambiente. Disse ao juiz: “As pessoas inteligentes sabem agora que todo o ser humano é o produto de uma hereditariedade infindável que o precede e de um ambiente infinito que o rodeia.”
Não sei o que levou estes rapazes a realizar esse acto louco, mas sei que houve uma razão para que o tenham realizado. Sei que o não produziram por si. Sei que qualquer uma de um número infindável de causas que remontam ao começo pode ter actuado na mente destes rapazes -. Porque, no passado, alguém pecou contra eles.
Os psiquiatras tinham atestado que os rapazes não tinham sentimentos normais, pois não mostravam qualquer reacção emocional ao seu acto. Darrow tirou partido disto:
Deveremos censurar Dickie Loeb por causa das forças infinitas para o formar, forças infinitas que actuaram na sua criação muito antes de ele ter nascido, sabendo que, por causa dessas combinações infinitas, ele nasceu sem o tipo correcto de emoções? Se devemos, então tem de haver uma nova definição de justiça. Deveremos censurá-lo pelo que não teve e nunca teve?
Darrow descreve Loeb como alguém que, na infância, esteve privado do afecto de que um rapaz precisa, tendo passado os dias a estudar e as noites a ler secretamente histórias de crimes enquanto fantasiava cometer o crime perfeito e enganar a polícia. Quanto a Leopold, ele era fraco e não tinha amigos. Cresceu obcecado com a filosofia do “super-homem” de Nietzche, desprezando as outras pessoas e querendo desesperadamente provar a sua superioridade. Depois os dois rapazes conheceram-se e, juntos, cometerem um crime que nenhum deles poderia ter cometido sozinho. Porém estavam apenas a jogar com a mão que a natureza lhes dera. “A natureza é forte e impiedosa”, conclui Darrow. “Age de uma forma misteriosa que lhe é própria e nós somos as suas vítimas. Nós próprios não temos muito a ver com ela.”
O juiz deliberou durante um mês e depois condenou Leopold e Loeb a prisão perpétua. Doze anos mais tarde, Richard Loeb, que fora o instigador do crime, foi morto numa contenda com outro prisioneiro. Nathan Leopold passou trinta e quatro anos na prisão, durante os quais deu aulas a outros prisioneiros, ofereceu-se como cobaia para experiências médicas com a malária, dirigiu a biblioteca da prisão e trabalhou no hospital da prisão. Depois de ficar em liberdade condicional, foi viver para Porto Rico, onde continuou a esforçar-se até ao fim da vida por se “tornar novamente um ser humano”, sobretudo através de trabalhos que implicavam ajudar os outros. Morreu em 1971.
RACHELS, James, Problemas da Filosofia, 1ª edição, 2009. Lisboa: Publicações Gradiva, pp. 155-159

O determinismo radical parece desresponsabilizar-nos pelas nossas acções. Concorda? Porquê?

26 comentários:

Carolina Silva nº8 10ºC disse...

Sim, eu concordo, porque tudo já está determinado antes de termos feito algo, e tudo tem uma causa. Se nos perguntarmos porquê a cada acto que fazemos, encontramos sempre resposta e essa levará a outra pergunta e seguindo novamente por uma resposta. Ao fim de todas estas procuras a causa que encontramos é o Big Bang! Tudo o que nos levou a fazer o que fazemos foi a ele. Todas as respostas vão bater ao mesmo sítio... Agora fazer algo que já outra gente sabe, como eu acho que Deus sabe tudo o que me irá acontecer,é inútile é por isso que eu acho que o determinismo radical parece desresponsabilizar-nos pelas nossas acções.

Roxanne, 10ºC, nº19 disse...

Concordo, porque se tudo esta determinado a acontecer, o que quer que seja que fazemos será sempre desculpado pelo facto de já estar determinado, não poderíamos renunciar a isso visto que ele já esta determinado. É a mesma coisa que por exemplo, se eu tropeçar e estiver mesmo para cair, não posso parar a meia da queda e dizer 'não não vou cair' e volto a por-me em pé, não pode ser, se eu tropecei vou cair e não posso dizer que não quero, está determinado logo acontece, logo não temos culpa, visto que o destino era esse.

Tiago Tojal disse...

Concordo, porque tudo o que já está determinado a acontecer irá acontecer e nos nao o conseguiremos impedir. Se nós largarmos uma caneta no ar ela irá cair sempre e nos nao vamos conseguir impedir isso.

António Diogo disse...

sim, as pessoas são responsáveis pelo que fazem. Já há um destino traçado para cada pessoa, se certa coisa tem que acontecer é porque tem de acontecer. Não nos vale de nada perguntarmo-nos porquê, ou pensar que poderiamos ter feito aquilo de maneira diferente, já está já está, temos é que assumir com a responsabilidade dos nosso actos. António Ferreira, 10ºD

Carlos Café disse...

Olá. Sou professor de filosofia em Portimão e utilizo com regularidade o cinema. Sugiro o filme "A Corda" (Rope), de Hitchcock. A situação é praticamente idêntica: um caso real, excelentes alunos, classe social alta. Uma das particularidades do filme é que os jovens que matam um amigo apenas para experimentar a sensação de matar afirmam pertencer a uma minoria de seres superiores que está acima da moral. As ideias de Nietzsche pairam por ali.
Abraço

Hermes disse...

Obrigado pela dica. O Carlos não é de Tondela? Tenho essa ideia, não sei se estou certo.

Cristiana / nº7 / 10ºA disse...

Não, não concordo, pois aceito completamente a teoria do determinismo racional, de modo que acho que esse determinismo nos responsabiliza pelas nossas acções. Como diz a teoria, qualquer coisa que fazemos e qualquer opção que tomamos, já está determinado por diversos factores anteriores à acção. Como indica o texto, Loeb desde a sua infância que esteve privado de afecto e carinho que todas crianças precisam o que o levou a fantasiar cometer um crime, e Leopold não tinha amigos, crescendo e vivendo obcecado em afirmar a sua superioridade, desprezando os outros. Foi o encontro entre estes dois adolescentes que desencadeou a acção, cada uma com o seu pensamento, uniram-se e realizaram o crime. Tudo já estava determinado pela Natureza, que os juntou, e pelos aspectos emocionais das suas vidas.
A expressão do texto: “Do mesmo modo que as pessoas que estão aqui dentro não poderiam ter evitado estar aqui, as pessoas que estão lá fora também não poderiam ter evitado estar lá fora. (…) Estão na prisão apenas porque não puderam evitá-lo, devido a circunstâncias que ultrapassam inteiramente o seu controlo e pelas quais não são minimamente responsáveis.”
Esta expressão diz tudo, provando que os dois jovens não cometeram qualquer crime.
Na minha opinião a acção de matar já estava sem dúvida pré-destinada, pois todo o conjunto de emoções e experiências vividas ao longo da vida de ambos foram indícios para que um dia esse assassinato acontecesse. Ainda por cima os adolescentes vivendo problemas psicológicos tão negativos e fora do comum. Além disso os adolescentes não mostraram qualquer reacção emocional após o seu acto, no entanto admitiram a culpa, o que prova ainda mais que esta acção sempre esteve determinada.
Outro facto que comprova que a acção estava determinada é o de Leopold ter dado aulas a outros prisioneiros, oferecendo-se como cobaia para experiências médicas, dirigindo a biblioteca da prisão e trabalhando no hospital da prisão. Ou seja, apesar do crime cometido, já estava determinado que Leopold usa-se os seus dons para ajudar as pessoas mesmo na prisão.

José Alexandre Teixeira 10ºC disse...

Não concordo, deste modo que aceito a teoria do determinismo racional.
Como diz a teoria, qualquer coisa que fazemos e qualquer opção que tomamos, já está determinado por diversos factores anteriores à acção. Nathan Leopold, disprovido de amigos, talvez por ter uma personalidade que não cativasse logo à partida as pessoas; foi crescendo ao longo dos anos e adaptou uma atitude de desprezo por todos os outros que o rodeavam. E sendo ele, uma pessoa que vem de uma classe social alta e ter sido um brilhante aluno, a sua racionalidade, pode ter-lhe impulsionado a cometer o assassínio. Loeb, era outra criança que nasceu sem carinho qualquer e nunca lhe davam muita atenção, e ao crescer tinha necessidade de se afirmar toda a gente.
Estes dois rapazes ao se terem juntado através do puro acaso, cada um com a sua mentalidade levaram a que cometessem tal crime.
O crime já estava pré-destinado que acontecesse, pois ambos os jovens tinham possíveis traumas psicológicos bastante negativos. E os jovens não mostraram qualquer emoção quando admitiram que tinham, de facto cometido tal crime. Ora, a falta de emoção e empatia pelas pessoas pode ser causada por distúrbios psicológicos e por serem bastante mais racionais, ao ponto de afirmarem que a morte, nao é nada transcendente.

-José Alexandre Teixeira nº11 10ºC

Luís Ramos disse...

eu concordo porque se está determinado a acontecer tem que acontecer. Se tem que chover chove, e chove porque a chuva está determinada a cair.

Carlos Café disse...

Olá Hermes. Eu cresci e estudei em Tondela. Mas nunca dei aulas lá. Mas tenho lá irmãos professores. Talvez seja daí a associação ao nome. Parabéns pelo blogue. Também criei um este ano. Dê uma vista de olhos, se lhe apetecer. O link é

http://afilosofiavaiaocinema.blogspot.com/

abraço

Bruno Francisco Lima Nº4 10ºC disse...

Eu concordo em parte com o facto de que tudo está determinado, mas acho na mesma que as pessoas devem ser responsabilizadas pelas suas acções.
Se tivermos em atenção, tudo o que nós fazemos é consequência de algo e isso é consequência de outra coisa, mesmo as acções mais pequenas e insignificantes têm causas. Por exemplo, eu posso levantar agora o braço, mas essa acção tem consequência no facto de estar aqui a comentar o determinismo radical, por isso concordo com esta teoria. Mas eu penso que não é por isso que devemos desresponsabilizar um individuo pelo seu acto, pois de facto, foi ele o agente da acção.

Ricardo Silva Nº18 10ºC disse...

Eu concordo com a perte de tudo estar determinado pelas leis da natureza. Pois todos estamos determinados a morrer e a termos um pai e uma mãe.
Mas discordo com o facto de nao sermos responsaveis pelas nossas acções, se assim fosse nao havia ninguem na cadeia e era uma balburdia. Temos que ter responsabilidades no que fazemos.

Sara Oliveira, nº21, 10ºC disse...

eu concordo em parte, tudo está casualmente determinado pelos acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza.
A parte que eu nao concordo, é que devemos ter em atenção ás coisas que fazemos, e devemos ter responsabilidade e ver as consequencias que isso pode causar. Temos de ter conciencia das falhas que cometemos e aceitar o que o futuro nos reserva.

Carlos Miguel Nº7 10ºC disse...

Isso do determinismo é muito relativo, é obvio que se tropeço está determinado que caia, mas nao estava determinado a que tropeçasse, podia muito bem ter tido mais cuidado...

Se assim fosse ninguem era culpado de nada, os criminosos desculpavam-se dizendo que já estava determinado que esses cometessem os crimes... O Homem nao é um animal irracional e por isso de certa forma nao deve agir instintivamente como faz um cão, deve sim procurar agir de forma justa e humana...

é claro que quando nascemos esta-mos determinados a morrer, mas isso sao as leis da natureza às quais nao podemos fugir...

Acho que nada está determinado, nao acredito no ''DESTINO'',

Marco Martins 10ºB Nº16 disse...

Concordo porque quando nascemos o nosso destino já esta marcado(bem ou mal) por isso fizer-mos o que fizermos já estava planeado acontecer.

Carla Duarte disse...

Concordo o determinismo radical parece desresponsabilizar as pessoas dos seus actos, pois se é verdade que tudo está determinado então as pessoas não têm culpa nas acções que cometem pois não podem definir o que querem fazer. No entanto não me parece que que tudo esteja determinado pois nós podemos fazer escolhas na vida claro que tudo o que fazemos tem uma razão de ser mas não quer dizer que estejamos determinados a fazer seguindo as nossas crenças.

Paula Nº15 10ºC disse...

Concordo em parte, porque tu que fazemos está já determinado mas mesmo assim as pessoas devem se responsabilizar em parte pelo que fazem. O que terá para acontecer acontecerá, mas temos de ter pelo menos a conciencia que o nosso acto poderá ter consequencias. Por isso, temos que aceitar o que as leis da natureza nos reservam.

Tatiana disse...

Concordo com o determinismo radical, mas não concordo que ele nos desresponsabilize pelas nossas acções.
Acho que, de facto, tudo esta determinado desde que nascemos, mas acho que isso não nos faz ficar sem qualquer responsabilidade perante certas acções que fazemos, e que não são desculpáveis com a desculpa de que todo está determinado, tal como fez o advogado da história apresentada, que disse que os seus clientes eram inocentes porque todo está determinado.
Em conclusão, penso que todo esta determinado, mas que isso não põem de parte a nossa responsabilidade perante as nossas acções.



Tatiana Raquel Pereira nº22....10ºC

Unknown disse...

Concordo, porque o determinismo radical é a teoria segundo a qual não temos livre-arbitrio e todos os acontecimentos estão determinados.
Se todos os acontecimentos estão determinados, nós não temos culpa das nossas acções. Por exemplo, eu tropeço, ao tropeçar mando um empurrão num colega e este num professor que deixa cair o tabuleiro e parte um prato. Ou seja, quando tropeço, está determinado que a seguir vou bater em alguma coisa, não podia impedir desequilibrar-me. Devido à minha falta de equilíbrio houve uma sequência de acontecimentos até partir um prato e eu não tive culpa. Logo, não ia ficar com a responsabilidade daquela acção.
No caso deste texto, o que o advogado fez foi defender os rapazes segundo a teoria do determinismo radical, dizendo que já estava tudo determinado antes deles agirem. Ou seja eles não são responsáveis.

Nº13 10ºC

Nuno nº14 10ºC disse...

É verdade que o determinismo radical parace desresponsabilizar-nos pelas nossas acções, visto que defende que todos os acontecimentos estão causalmente determinados pelos acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza. Se tudo está causalmente determinado, então uma pessoa não é responsavél pelas suas acções. Mas é esta a parte que não concordo. Concordo com a parte que tudo está casualmente determinado, mas discordo que as pessoas sejam desresponsabilizadas pelas suas acções. Pegando no exemplo do texto, se eu matar alguém, devo ser responsabilizado pela minha acção, tendo em conta as crenças e desejos que me levaram a fazer o que fiz. Assim, concluo que as pessoas não devem ser desresponsabilizadas pelas suas acções.

Anónimo disse...

Tudo esta determinado a acontecer, se algo acontece foi por causas antepassadas. Não podemos mudar a forma de como as coisas são, se são assim é assim que vão ser e mesmo se quiseremos alterar algo para contrariar esse fim, é determinado contrariar . A vida de cada um esta determinada e não podemos fazer nada para mudar, temos de saber lidar com aquilo que acontece
ana cruz nº1

Anónimo disse...

Concordo em parte que tudo aquilo que nos acontece está determinado a acontecer, e tudo tem uma causa. No entanto, acho que nós contribuímos para aquilo que nos acontece. E que se quisermos, podemos alterar aquilo para o qual estávamos "destinados" a que nos acontecesse.

Sara Fernandes n.º20 10.ºC

Anónimo disse...

A teoria do determinismo radical diz que qualquer coisa que façamos e qualquer opção que tomamos, já está detreminado por factores anteriores a essa acção. Por esta mesma caracterização, discordo!
A acção destes dois jovens já estava determinada devido a vários factores anteriores:
Loeb é descrito como uma criança que, na infância, não teve o carinho que devia ter tido, passava as noites a ler secretamente histórias de crimes, tornando-se assim numa mente criminosa que um dia se iria revelar de uma maneira espantosamente invulgar.
Leopold é descrito como uma pessoa fraca e não tinha amigos, cresceu assim só e por isso desprezava os outros, querendo assim mostrar a sua superioridade, o que faz com que um dia vá fazer algo muito "grande" para mostrar essa mesma superioridade que foi ganhando desde pequeno.
Assim, podemos explicar a razão pela qual estes dois jovens cometeram este crime- o determinismo radical.
Tudo estava detreminado devido aos factos anteriores passados, a infância de cada um... o facto de os dois se terem encontrado, e provavelmente mais algumas razões!
Um outro factor que prova a "inocência" dos jovens é a reacção deles quando foram acusados, não tiveram reacção emocional e admitiram a culpa sem muitos problemas!
Pelos actos feitos pelo jovem que foi para a prisão, podemos afirmar mais uma vez que não teve "culpa" de total modo, pois este deu aulas a outros prisioneiros, ofereceu-se como cobaia para experiências médicas, dirigiu a biblioteca da prisão e ainda trabalhou no hospital da mesma.
Posso concluir, assim, que o crime já estava determinado pelos seus actos anteriores! Mas, de certo modo, acho que em algumas ocasiões temos muito bem a consciência do que fazemos, apesar de tudo já estar determinado!!


Maria Corujo nº24 10ºC

carina coelho disse...

Concordo, porque se estamos determinados, não temos liberdade de escolha, como aconteceu com os rapazes que cometeram o crime. Eles acabaram por não ter culpa do que aconteceu, porque já estava determinado que eles cometessem o crime, não poderiam alterar nada, porque tal acontecimento provinha de causas e factos anteriores.
Assim, através do determinismo, que defende que todos os acontecimentos estão casualmente determinados pelos acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza, concluo que as pessoas não são responsáveis pelo que fazem. Todos os acontecimentos provêm de uma cadeia causal encadeado de causas e efeitos. Nós somos condicionados pelo passado, ou seja, somos determinados.

Carolina Almeida, nº9, 10ºC disse...

Sim concordo. Acho que se tudo está determinado a acontecer é porque vai acontecer, logo nao temos escolha, nao temos liberdade, logo nao temos responsabilidade moral. Só poderiamos ter responsabilidade moral se tivessemos direito a escolher, como nao temos nao podemos ser responsáveis pelo o que fazemos.

Anónimo disse...

sim,acho que esta tudo determinado, mas temos de ter certas responsabilidades porque não nos vamos desculpar sempre daquilo que fazemos mal por estar tudo determinado. assim tinhamos desculpa para tudo.

Ana Rita Almeida nº2 10ºC