terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Preservar a natureza é uma obrigação moral?

            Actualmente, um dos problemas abordados em filosofia é se “Preservar a Natureza é uma obrigação moral?”. Este tema é muito discutido, não por boas razões, mas sim porque a Natureza está a passar por uma fase de destruição.
            O objectivo deste ensaio é responder ao problema proposto e defender essa resposta, dando argumentos que justificam a minha posição e refutando as objecções.
            A Natureza, para além de ser uma importante fonte de recursos, fornece-nos todos os bens necessários à vida mas, devido a certas atitudes do Homem, tais como a sobre-exploração de recursos naturais, caça e pesca excessiva, poluição, entre outros, estamos a destruí-la. É importante e necessário tomar medidas ambientais para que este problema seja resolvido, tais como preservar os espaços naturais, proteger a biodiversidade e manter o meio limpo e utilizável para as pessoas, e sensibilizar as pessoas sobre o mesmo, pois a Natureza é a base de toda a vida na Terra.
            Uma das teorias que dão resposta a este problema é o Antropocentrismo, que defende que só o ser humano tem estatuto moral, colocando-o no centro e acima do bem de qualquer outro ser vivo. Assim, o Antropocentrismo declara o direito absoluto do Homem sobre a Natureza e de a dominar. Outra teoria é o Senciocentrismo, que sustenta que não só os humanos têm valor intrínseco, mas sim todos os seres sencientes, ou seja, todos os seres que sejam capazes de sentir dor ou sofrer. O Biocentrismo defende que todos os seres individuais têm relevância moral e deveres para com os outros e, quando as suas acções interferem com outras formas de vida, não devem ignorar o seu mérito inerente. O Ecocentrismo defende que para além de todos os seres individuais, também as entidades ambientais não individuais, tais como os ecossistemas, têm valor intrínseco.
            Cada pessoa tem a sua perspectiva moral. Neste assunto, eu penso que a resposta ao problema proposto é sim, ou seja, acho que preservar a Natureza é uma obrigação moral. A tese, na qual me baseio, é o Ecocentrismo, pois penso que todas as entidades individuais ou não individuais têm o seu mérito inerente. A Natureza é uma destas entidades.
            Um dos argumentos que me apoia é o seguinte: “A Natureza é uma entidade não individual, todas as entidades têm relevância moral, logo a Natureza deve ser respeitada e preservada por todas as outras entidades.” Este argumento baseia-se na teoria do Ecocentrismo, e tal como esta afirma, todas as entidades têm mérito inerente, logo todas estas devem respeito umas às outras.
            Outro argumento na qual me baseio é o seguinte: “A Natureza dá-nos todos os bens necessários à sobrevivência. Nós queremos viver, portanto, temos que preservar e respeitar a Natureza.” Este argumento declara que para sobrevivermos, precisamos da Natureza e do que ela nos dá, logo devemos preservá-la e respeitá-la.
            Uma das objecções a esta teoria é que a ética ecocêntrica não lida com conflitos morais, pois se surge algum problema, a resposta que o Ecocentrismo dá é a seguinte: o indivíduo que estiver a incomodar um ser, uma espécie ou um ecossistema deve ser morto.
            A resposta a esta objecção é a seguinte: para que este indivíduo não volte a fazer o mesmo, matamo-lo. Além disso, outros indivíduos que vão fazer o mesmo, como sabem que serão mortos se o fizerem, acabam por não o fazer.
            Assim, concluo que a preservação da Natureza é algo necessário e importante, pois para além de nos dar todos os bens necessários à sobrevivência, também, como dita o Ecocentrismo, é uma entidade que tem tanto valor como o Homem ou qualquer outro ser vivo.

Nuno Martins 10º C

1 comentário:

Cristiana / 10ºA / nº7 disse...

Eu considero uma obrigação moral àquilo que interfere não só connosco, mas com a própria sociedade. De modo que preservar a Natureza é sem dúvida uma obrigação moral.
A espécie humana e qualquer outra espécie necessitam da Natureza. E não é uma questão de ter que lidar apenas com ela, mas uma questão de sobrevivência.
Logicamente cada um de nós deveria, pelo menos, agir em seu benefício, e para isso a preservação da Natureza é compatível com a nossa vida na Terra.
Todos aprendemos na escola, quer em geografia ou ciências, que alguns recursos naturais se esgotam, isso acontece única e exclusivamente por causa do Homem, que excede de uma forma estrondosa a capacidade do recurso se renovar.
Até aqui somos altamente egoístas, explorando a Natureza e querer única e exclusivamente o seu poder económico, mas não pensamos que sem ela não estarias neste momento a ler esta mensagem.
Ninguém pensa que são as gerações futuras que irão arcar com tudo o que há de mal no Mundo, e os que pensam rapidamente esquecem esse assunto. E se fôssemos nós as gerações futuras? Já pensaram que as gerações futuras dependem da nossa descendência? É mesmo essa a imagem que lhes queremos transmitir? Será mesmo esta a marca que queremos gravar na vida do nosso Planeta?
É claro que temos por obrigação preservar a Natureza e a própria Terra, e isto não passa apenas por uma reflexão nem por actos verbais, mas por actos físicos e com impacto, que devem ser tomados o mais depressa possível, antes que o nosso Planeta se degrade ainda mais!