domingo, 26 de dezembro de 2010

A IDEIA DE BASE DO SUBJECTIVISMO MORAL

Em 2001 realizou-se uma eleição municipal em Nova Iorque, e quando chegou o momento do desfile anual do Orgulho Gay todos os candidatos democratas e republicanos apareceram para desfilar. “Não há um único candidato que se possa descrever como mau nas questões que nos dizem respeito”, afirmou Matt Foreman, director executivo do Empire State Pride Agenda, uma organização de defesa dos direitos dos homosexuais. Acrescentou ainda que, “noutras partes do país, as posições aqui defendidas seriam extremamente impopulares nas urnas, se não mesmo fatais”. O Partido Republicano Nacional parece concordar; pressionado pelos conservadores religiosos fez da oposição aos direitos dos homossexuais uma parte do seu posicionamento a nível nacional.
O que pensam realmente as pessoas de outras partes do país? O instituto de sondagens Gallup Poll tem perguntado aos americanos desde 1982: “Pensa que a homossexualidade deveria ser considerada um estilo de vida alternativo aceitável?” Nesse ano, 34% respondeu afirmativamente. O número tem vindo no entanto, a aumentar, e em 2000 uma maioria – 52% - afirmou pensar que a homossexualidade deveria ser considerada aceitável. Isto significa, é claro, que quase outros tantos pensam de forma diferente. As pessoas de ambos os lados têm convicções fortes. O reverendo Jery Falwell falou em nome de muitos quando afirmou numa entrevista para a televisão: “A homossexualidade é imoral. Os chamados ‘direitos dos homossexuais’ não são de modo algum direitos, porque a imoralidade não é correcta.” Falwell é baptista. A perspectiva católica é mais elaborada, mas admite também que o sexo gay não é permissível. Segundo o Catequismo da Igreja Católica, gays e lésbicas “não escolhem a sua condição homossexual” e “devem ser aceites com respeito, compaixão e sensibilidade. Qualquer sinal de discriminação injusta a seu respeito deve ser evitado”. Não obstante, “os actos homossexuais são intrinsecamente doentios” e “não podem ser aprovados em circunstância alguma”. Portanto, para ter vidas virtuosas, as pessoas homossexuais devem ser castas.
Que atitude devemos tomar? Poderíamos dizer que a homossexualidade é imoral, ou então que nada tem de mal. Mas há uma terceira alternativa. Poderíamos dizer algo como isto:
As pessoas têm opiniões diferentes, mas no que concerne à moral não há “factos”, e ninguém está “certo”. As pessoas simplesmente sentem de forma diferente, e é tudo.
Este é o pensamento de base por detrás do subjectivismo ético. O subjectivismo ético é a ideia segundo a qual as nossas opiniões morais se baseiam nos nossos sentimentos e nada mais. Nesta perspectiva, o “objectivamente” certo ou errado, é coisa que não existe.
É um facto que algumas pessoas são homossexuais e outras heterossexuais; mas não é um facto que uma coisa seja boa e outra má. Por isso quando alguém como Falwell afirma que a homossexualidade está errada, não está a afirmar um facto sobre a homossexualidade. Está apenas, isso sim, a afirmar algo sobre os seus sentimentos face a ela.
O subjectivismo ético não é, naturalmente, apenas uma ideia sobre a avaliação da homossexualidade. Aplica-se a todas as questões morais. Para dar um exemplo diferente, é um facto que os nazis exterminaram milhões de pessoas inocentes; mas, segundo o subjectivismo ético, não é um facto que o que fizeram foi mau. Quando dizemos que as suas acções foram más estamos apenas a dizer que temos sentimentos negativos em relação a elas. O mesmo se aplica a qualquer outro juízo moral.
RACHELS, James, Problemas da Filosofia, 1ª edição, 2009. Lisboa: Publicações Gradiva, pp. 55-57

Considera a teoria do subjectivismo ético uma boa teoria? Justifique. Deixe a sua resposta na caixa dos comentários.

20 comentários:

Tiago Tojal disse...

Não é uma teoria boa porque tambem existem objecções a essa teoria mas pouco falta para o ser. O maior problema consiste no subjectivismo fazer o bem depender completamente do que gostamos."X é um bem" e "Gosto de X" significam a mesma coisa.

Roxanne, 10ºC, nº19 disse...

Sim, considero uma boa teoria. Muitas vezes o facto de dizer-mos que algo é bom ou mau, é derivado dos nossos gostos/sentimentos, e nao do ponto vista se isso é realmente bom ou mau. Tal como se, por exemplo, me disserem que o António é ma pessoa porque é mentiroso, e se a partir daí eu nao gostar do António e concordar em que ele é ma pessoa, deriva apenas e só do meu sentimento, porque eu não gosto de mentiras, logo se o António é mentiroso, não gosto do António. Mas se eu ate gostasse de mentiras, já gostaria do António porque ele mente.
Tudo esta relacionado com os nosso gostos/sentimentos e etc. Tal como nos exemplo aí apresentados, por exemplo quando Falwell diz que a homossexualidade esta errada, deriva do seu sentimento face a isso, e não do facto de raciocinar se é bom ou mau.
Eu acho uma boa teoria sim.

Anónimo disse...

sim, acho uma boa teoria. Acho que achamos algo bom ao mau dependo do que sentimos ou daquilo que gostamos, não porque assim deve ser. Cabe a cada um gostar ou não de algo, escolher porque assim o achamos e não por influencias dos outros, por exemplo : se uma pessoa não gosta de outra e se a pessoa nos influencia a tambem nao gostar , não e assim que deve ser , cada um é livre de gostar ou não do que quer que seja. Acho a teoria boa porque nada é precisamente correcto .
ana cruz nº1 10ºc

Anónimo disse...

Eu acho que é uma boa teoria, pois as nossas opiniões sobre o que é bom ou mau estão relacionadas com aquilo de que gostamos ou não.
Se a Maria gostasse de homens, ela provavelmente acharia que a homossexualidade é algo mau e errado, pois gosta de homens. Mas, se pelo contrário ela gostasse de mulheres diria que ser homossexual é uma coisa boa, pois ela gosta de mulheres.

Sara Fernandes n.º20 10.ºC

carina coelho disse...

Eu acho que é uma boa teoria.Isto porque, como nos diz o texto "As pessoas têm opiniões diferentes, mas no que concerne à moral não há `factos`, e ninguém está `certo´. As pessoas simplesmente sentem de forma diferente...". Realmente ninguém pode dizer que está certo, porque cada um tem a sua forma de sentir. Por exemplo, e como nos diz o texto, uma mulher que seja lésbica não pode ser criticada, porque cada pessoa é como é e ninguém pode mudar nem criticar ninguém. Todos nós devemos ser aceites como somos, porque não escolhemos o nosso destino, nem os nossos gostos.
O subjectivismo moral defende que quando dizemos alguém que uma atitude dessa pessoa está errada, estamos apenas a dizer que não concordamos com essa atitude, temos opiniões e sentimentos diferentes dessa pessoa. Por isto é que "Quando dizemos que as suas acções foram más estamos apenas a dizer que temos sentimentos negativos em relação a elas".

Luís Ramos disse...

Eu acho que não é uma boa teoria porque, existem algumas objecções. A objecção maior é o subjectivismo.

Carla Duarte disse...

sim acho que esta teoria é boa. pois na maioria das vezes dizermos que uma determinada coisa é boa ou má depende dos nossos gostos ou sentimentos em relação à mesma. Por exemplo eu posso achar que um certo assunto é bom/correto e outra pessoa qualquer pode pensar o contrario. Este posição que cada um tomou foi derivada dos seus gostos/sentimentos

Paula Lopes Nº15 10ºC disse...

Sim, no meu ver acho que é uma boa teoria, pois as nossas opiniões morais se baseiam nos nossos sentimentos e nada mais.
Por isso, ninguém pode considerar que está certo, uma vez, que cada pessoa tens sentimentos e gostos diferentes, varia de pessoa para pessoa. Logo, como o subjectivismo etico diz, o “objectivamente” certo ou errado, é coisa que não existe.
Ou seja, quando dizemos que as suas acções foram más estamos apenas a dizer que temos sentimentos negativos em relação a elas.

Tatiana disse...

Acho que é de facto uma boa teoria, porque, podemos dizer que fazer A, é uma atitude errada, e não fazer A, é a atitude acertada, mas isso depende de pessoa para pessoa eu posso pensar isto e o meu vizinho pensar o contrário, pois o que nós leva a dizer se algo é certo ou errado são os nossos sentimentos de aprovação ou reprovação.
Quando afirmamos que uma acção é errada estamos apenas a afirmar que temos sentimentos negativos em relação a ela, e vice-versa.
Pessoalmente acho que o subjectivismo moral, teoria segundo a qual embora existam factos morais, estes não sejam objectivos, é uma boa teoria porque tem boas razões que nos levam a aceita-la tais como: tornar possível a liberdade e promover a tolerância entre pessoas com convicções morais diferentes.
Portanto penso que a teoria do subjectivismo moral é uma boa teoria.

Tatiana Raquel Pereira..nº22...10ºC

Ricardo Silva Nº18 10ºC disse...

Eu acho que é uma boa teoria porque as nossas opiniões sobre o que é bom ou mau estão de acordo com aquilo de que gostamos ou não.
Se eu tivesse a crensa que estudar é que é bom, então se eu visse alguém que não estudasse eu acharia que era uma pessoa "burra porque não estva a agir segundo as minhas crenças e desejos. No entanto se essa pessoa agisse segundo as minhas crenças e os meus desejos diria que ela estava a praticar um bom acto.

Sara Oliveira, nº21, 10ºC disse...

Eu acho que e uma boa teoria.
Porque nos achamos as coisas certas ou erradas dependentemente dos nosso gostos.

Bruno Francisco Lima Nº4 10ºC disse...

Eu penso que é uma boa teoria porque os gostos variam de pessoa para pessoa. O que é bom para mim, pode ser mau para outra pessoa e vice-versa.

Carolina Silva nº8 10ºC disse...

Eu penso que é uma boa teoria, pois esta bem estruturada e o bom e o mau tem a ver com os gostos de que cada pessoa tem. É quase óbvio, de que se uma pessoa do sexo masculino gostar de pessoas do sexo opsto não vai achar muito bom, mas isso depende da pessoa, e se uma pessoa do sexo masculino gostar de pessoas do mesmo sexo acha que a homossexualidade é uma coisa natural...

Unknown disse...

Eu acho que é uma boa teoria, pois quando opinamos sobre o que é bom ou mau , estamos a agir consoante os nossos sentimentos.



Márcia nº13

Miguel Tomás Nº7 10ºC disse...

Considero, Visto que a ideia de que defendemos que uma coisa é boa ou má com base nos nossos gostos... Por mais que me tentem convencer que Peixe cozido é bom, se e não gostar de peixe nunca vou achar o peixe bom...

Nuno nº14 10ºC disse...

Eu não penso que seja uma boa teoria pois existem objecções fortes a ela. Pegando no exemplo dado pelo texto, se eu achar moralmente correcto exterminar milhões de pessoas, então eu aprovo isso, podendo até querer fazê-lo. Mas outra pessoa, provavelmente, discordará da minha ideia e pensará que o que eu penso e moralmente errado, logo ela reprova a minha ideia. Mas, como o subjectivismo afirma, a minha ideia é certa para mim e a da outra pessoa é correcta para ela, logo, se eu gosto de matar pessoas, posso fazê-lo. Para mim, isso não é moralmente correcto.

Anónimo disse...

Eu acho que é uma boa teoria pois na maioria das vezes dizermos que uma determinada coisa é boa ou má depende dos nossos gostos ou sentimentos em relação à mesma.

André Martins nº3 10ºc

Anónimo disse...

Como o texto refere: "o subjectivismo é a teoria segundo a qual as nossas opiniões morais se baseiam nos nosso sentimentos e mais nada".
Em parte, muitas das nossas escolhas baseiam-se com base nos nosso sentimentos.
Exemplo: tenho A e B. Escolho A porque nao gosto de B.
baseei-me nos meus sentimentos, nos meus gostos, mas em certas situações, penso que o meio onde vivemos também nos infuencia um bocado.

Sobre os homossexuais...

1- Uma criança (sexo femenino) nasce... vive a infância... quando chega à adolescência repara que os rapazes não a atraem... mas que quando está com raparigas sente algo diferente. Ora, esta menina, nasceu com esta diferença, é lésbica.. e não foi bem uma escolha dela. Ela nasceu já com aquele sentimento.

2- Um rapaz chegado à adolescência, já estando algumas vezes com raparigas (de uma forma intima), conclui que aquilo não é muito "Bom"... um dia tenta estar com rapazes e conlui que gostas mais de estar com rapazes do que com raparigas, então ele opta por ser "gay". Ele fez uma escolha com base nos seus sentimentos.

3- Uma pessoa, um rapaz. Já adulto, acha que não é correcto namorar com uma rapariga, e por esse mesma razão decide ser homossexual. Mas ele, nesse momento, não sente nada, nem por rapazes, nem por raparigas, simplesmente acha que o correcto é ser "gay". Neste caso a sua escolha não se baseia bem nos seus sentimentos, pois tanto raparigas como rapazes nao lhe fazem diferença sentimental.

As nossas opiniões não só são influenciadas pelos nossos sentimentos mas também por influencias de parentes e familiares e por já nascermos assim...


Maria COrujo nº24 10ºC

José Alexandre Teixeira disse...

Eu nao penso que esta teoria seja uma boa teoria, pois existem muitas fortes objecções, o que faz com que esta teoria nao seja muito plausivel. Por exemplo, se uma pessoa fizer todas as suas vontades a seu bel-prazer e nao ser culpada por isso e nao haver maneira de debater sobre o assunto nao se podera ressolver os problemas.

Anónimo disse...

em relação ao exemplo da homossexualidade achava que era uma boa teoria porque achava que todas as ideias deviam ser aceites dependendo claro dos sentimentos de cada pessoa. Mas em relação ao facto dos nazis terem morto montes de inocentes, muitas pessoas dizem que esse acto foi horrivel e inaceitável,mas para os nazis era bom extreminar inocentes, por isso os nossos sentimentos e opiniões seriam tao validos quanto os deles. chego à conclusão que o subjetivismo moral não é uma teoria assim tao boa.


Ana Rita Almeida nº2 10ºC