O Compatibilismo é a ideia de que um acto pode ser simultaneamente livre e determinado. Isto pode parecer uma contradição, mas, segundo esta teoria, isso não é verdade. Contrariamente ao que possamos pensar, é possível aceitar que o comportamento humano está causalmente determinado e pensar correctamente em nós próprios como agentes livres.
Entre os filósofos, o Compatibilismo é de longe a teoria do livre-arbítrio mais popular. De uma forma ou de outra foi a teoria de Hobbes, Hume, Kant e Mill, e é defendida hoje pela maior parte dos autores que escrevem sobre o assunto. Isto costuma surpreender as pessoas que não estão familiarizadas com a literatura filosófica, dado que o livre-arbítrio e o Determinismo parecem obviamente incompatíveis. De que modo são supostamente consistentes entre si? Como pode um acto ser livre e estar determinado ao mesmo tempo?
Segundo o Compatibilismo, algumas das acções são obviamente livres e algumas são obviamente não livres. O que interessa é encontrar a diferença entre elas.
Eis alguns exemplos de acções que não são livres:
Entregamos a carteira porque um assaltante nos aponta uma arma à cabeça.
Vamos ao piquenique da empresa porque o patrão nos disse que tínhamos de ir.
Apresentamo-nos para a incorporação no exército porque fomos convocados e mandar-nos-ão para a prisão se não nos apresentarmos.
Nestes casos, não estamos a agir livremente, porque fomos forçados a fazer aquilo que não queríamos fazer.
Entre os filósofos, o Compatibilismo é de longe a teoria do livre-arbítrio mais popular. De uma forma ou de outra foi a teoria de Hobbes, Hume, Kant e Mill, e é defendida hoje pela maior parte dos autores que escrevem sobre o assunto. Isto costuma surpreender as pessoas que não estão familiarizadas com a literatura filosófica, dado que o livre-arbítrio e o Determinismo parecem obviamente incompatíveis. De que modo são supostamente consistentes entre si? Como pode um acto ser livre e estar determinado ao mesmo tempo?
Segundo o Compatibilismo, algumas das acções são obviamente livres e algumas são obviamente não livres. O que interessa é encontrar a diferença entre elas.
Eis alguns exemplos de acções que não são livres:
Entregamos a carteira porque um assaltante nos aponta uma arma à cabeça.
Vamos ao piquenique da empresa porque o patrão nos disse que tínhamos de ir.
Apresentamo-nos para a incorporação no exército porque fomos convocados e mandar-nos-ão para a prisão se não nos apresentarmos.
Nestes casos, não estamos a agir livremente, porque fomos forçados a fazer aquilo que não queríamos fazer.
Estes, pelo contrário, são casos em que agimos livremente:
Contribuímos com dinheiro para uma organização de beneficência porque decidimos que essa organização merece o nosso apoio.
Incitamos a nossa empresa a patrocinar um piquenique porque pensamos que isso seria muito bom para os empregados. Ficamos satisfeitos com o assentimento do patrão e ajudamos voluntariamente a organizar o evento. No dia do piquenique, chegamos mais cedo por estarmos tão excitados.
Alistamo-nos no exército porque a perspectiva de ser soldado nos atrai. Pensamos que essa seria uma boa carreira.
Estas acções são livres porque a nossa escolha se baseia nos nossos próprios desejos, sem que ninguém nos diga o que temos de fazer. É isto que significa fazer algo, «de livre vontade». Mas repare-se que isto é perfeitamente compatível com as nossas acções estarem causalmente determinadas pelo nosso passado, pelos acontecimentos que ocorrem no nosso cérebro e assim por diante – é mesmo compatível com os nossos desejos serem causados por factores que não controlamos. Deste modo, o livre-arbítrio e o Determinismo são compatíveis.
Podemos resumir a ideia básica do Compatibilismo dizendo que «livre» não significa «não causado» - significa antes algo como «isento de coerção». Assim, o facto de o nosso comportamento ser ou não ser livre não depende de se é ou não causado, depende apenas do modo como é causado.
Problemas da Filosofia, James Rachels, Gradiva – (Colecção Filosofia Aberta, pp 192-3)
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