Muitos filósofos e teólogos vêem uma crise nas implicações deterministas da ciência moderna. A nossa liberdade, dizem, é essencial à nossas dignidade como seres morais. Separa-nos dos animais. Se começamos a conceber-nos como simples robôts, arrastados por forças impessoais, perdemos a nossa humanidade.
Porém, antes de cedermos a estes receios, temos de perguntar pelas verdadeiras implicações do determinismo. As questões mais preocupantes estão relacionadas com a ética. Se não temos livre-arbítrio, seremos ainda agentes morais responsáveis? A ética não perderá a sua razão de ser? Mas talvez a perda do livre-arbítrio não seja assim tão perturbante. Nesse caso, não teremos razões para a recear, nem necessidade de conceber defesas do livre-arbítrio.
Problemas da Filosofia, James Rachels - Gradiva, (Colecção Filosofia Aberta - pp 196 -7)
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