Vários argumentos estreitamente relacionados para a existência de Deus baseiam-se na aparente necessidade de o universo como um todo ter uma causa. Parecem existir três possibilidades. Ou o universo começou a existir por si só ou existiu desde sempre ou, então, foi trazido para a existência por alguma força ou ser extremamente poderoso. Geralmente, aqueles que acreditam em Deus acham incrível que o universo possa ter chegado à existência apenas por si mesmo e igualmente incrível que ele possa ter já existido durante uma quantidade infinita de tempo. Acreditam que um ser extremamente poderoso, Deus, o deve ter criado. Esta é uma das razões que as pessoas dão com mais frequência para acreditar em Deus.
Os argumentos da primeira causa resultam das nossas observações quotidianas das maneiras pelas quais as coisas ou acontecimentos da vida de todos os dias parecem ser causados para ser ou para ocorrer. Observamos, por exemplo, que pôr açúcar na chávena do café causa a doçura do seu gosto, que pôr água na planta causa o seu crescimento e que riscar um fósforo na presença de oxigénio o faz arder. No entanto, parece impossível explicar a existência de tudo em termos de causa e efeito, porque isso significaria que deveria haver uma série infinita (ou sem fim) de causas, o que parece impossível.
Eis uma maneira pela qual estas ideias têm sido usadas para argumentar a favor da existência de Deus:
1. Na vida de todos os dias, descobrimos que tanto os objectos como os acontecimentos são causados por outros (tal como o crescimento das plantas é provocado pela absorção de nutrientes).
2. Mas uma série infinita de causas desse tipo é impossível porque então não haveria uma primeira causa, e, portanto, não haveria uma segunda, terceira, etc.
3. Logo, deve haver uma primeira causa: Deus.
Objecções ao argumento da Causa Primeira
Em termos aproximados, podemos dizer que um argumento é conclusivo (deve persuadir-nos a aceitar a respectiva conclusão) apenas se satisfaz duas condições:
1. As suas premissas são aceitáveis ou estão justificadas.
2. As suas premissas (justificadas) fornecem provas ou razões suficientes para justificar a aceitação da conclusão (neste caso o argumento é dito válido).
Muitas pessoas que rejeitam o argumento da primeira causa acreditam que argumentos deste tipo sofrem todos de um de dois defeitos: ou as suas premissas são tão inaceitáveis ou questionáveis como as suas conclusões; ou as respectivas conclusões não se seguem validamente das premissas. Por exemplo, uma objecção levantada contra o argumento da primeira causa é o de que a segunda premissa não é aceitável (quase todas as pessoas aceitam a sua primeira premissa). Os matemáticos em particular têm argumentado a favor da possibilidade de séries infinitas de eventos ou causas em termos técnicos e alguns filósofos têm aceitado o seu raciocínio.
Suponhamos, no entanto, que rejeitamos a ideia de que pode haver uma série infinita de causas, de tal modo que ambas as premissas do argumento da causa primeira se tornam aceitáveis. Apesar disso o argumento ainda falharia em ser válido e, portanto, a aceitação da sua conclusão também não se justificaria.
Em primeiro lugar, o argumento apenas provaria que cada série de causas tem uma causa primeira ou incausada, mas não prova que todas as causas sejam parte de uma série única de causas que tenha a única primeira causa, porque é possível que nem todas as causas sejam partes de uma série única de causas. Por outras palavras, o argumento provaria que há uma ou mais causas primeiras, mas não que exista apenas uma.
Em segundo lugar, apenas provaria, no melhor dos casos, que a primeira causa existe, não que essa primeira causa seja Deus. Em vez disso, a primeira causa poderia ter sido o Diabo (um candidato plausível, dada a natureza do universo). E mesmo que o argumento tivesse provado que a primeira causa tinha de ser um deus, não provaria que ele tivesse de ser o seu Deus (se for um crente) ou um deus que encaixasse na imagem padrão que os cristãos, judeus ou muçulmanos têm de Deus. Poderia ser qualquer um dos milhares de deuses diferentes em que os seres humanos acreditam ou, talvez, um em que um ser humano nunca tenha pensado. De facto, o argumento da primeira causa abre a possibilidade de que tenha existido um Deus que criou o universo (ou talvez muitos deuses), mas que agora Deus esteja morto.
Qual é a causa da existência de Deus?
Para além das duas objecções que acabámos de levantar contra o argumento da primeira causa, há uma objecção geral a todas as espécies de provas cosmológicas da existência de Deus. Lembremos que a força do argumento cosmológico reside na ideia de que não é plausível pensar que o universo tenha brotado para a existência apenas por si mesmo. Por outras palavras, parece a muitos crentes que uma coisa tão grandiosa como o universo requer, como seu criador, um ser que seja pelo menos tão grandioso.
Mas esta linha de raciocínio põe-nos em apuros. Se um universo requer um deus para explicar a sua existência, o que explica a existência do próprio Deus? Da mesma maneira, ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou então deve ter tido uma causa. No entanto, é tão implausível pensar que Deus sempre existiu ou que tenha simplesmente surgido, como pensar que também foi assim com o universo. O próprio raciocínio que nos leva a propor um deus como causa do universo deve levar-nos a propor um supradeus como sendo a causa de Deus. E, claro, o supradeus também precisa de uma causa, o suprasupradeus e assim infinitamente.
Portanto, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível. É tão implausível um deus incausado como um universo incausado, e é tão incrível uma série infinita de causas como uma série infinita de deuses.
Em resumo, podemos desafiar as provas cosmológicas da existência de Deus de, pelo menos, três maneiras importantes. Primeiro, podemos desafiar a ideia de que uma série infinita de causas não seja possível. Segundo, podemos questionar a validade da conclusão de que há apenas uma primeira causa e de que a primeira causa seja Deus. Terceiro, podemos defender que qualquer deus proposto como primeira causa para explicar o universo precisa tanto de uma causa como o próprio universo e, assim, o argumento, se provar a existência de um deus, provará a existência de uma série infinita de deuses.
Os argumentos cosmológicos tentam explicar a existência do universo postulando um criador. Outros argumentos concluem por um deus, não para explicar o universo como um todo mas apenas para explicar alguns dos seus aspectos, tais como a existência do bem ou o facto de o universo ser ordenado em vez de ser caótico.
Eis uma maneira pela qual estas ideias têm sido usadas para argumentar a favor da existência de Deus:
1. Na vida de todos os dias, descobrimos que tanto os objectos como os acontecimentos são causados por outros (tal como o crescimento das plantas é provocado pela absorção de nutrientes).
2. Mas uma série infinita de causas desse tipo é impossível porque então não haveria uma primeira causa, e, portanto, não haveria uma segunda, terceira, etc.
3. Logo, deve haver uma primeira causa: Deus.
Objecções ao argumento da Causa Primeira
Em termos aproximados, podemos dizer que um argumento é conclusivo (deve persuadir-nos a aceitar a respectiva conclusão) apenas se satisfaz duas condições:
1. As suas premissas são aceitáveis ou estão justificadas.
2. As suas premissas (justificadas) fornecem provas ou razões suficientes para justificar a aceitação da conclusão (neste caso o argumento é dito válido).
Muitas pessoas que rejeitam o argumento da primeira causa acreditam que argumentos deste tipo sofrem todos de um de dois defeitos: ou as suas premissas são tão inaceitáveis ou questionáveis como as suas conclusões; ou as respectivas conclusões não se seguem validamente das premissas. Por exemplo, uma objecção levantada contra o argumento da primeira causa é o de que a segunda premissa não é aceitável (quase todas as pessoas aceitam a sua primeira premissa). Os matemáticos em particular têm argumentado a favor da possibilidade de séries infinitas de eventos ou causas em termos técnicos e alguns filósofos têm aceitado o seu raciocínio.
Suponhamos, no entanto, que rejeitamos a ideia de que pode haver uma série infinita de causas, de tal modo que ambas as premissas do argumento da causa primeira se tornam aceitáveis. Apesar disso o argumento ainda falharia em ser válido e, portanto, a aceitação da sua conclusão também não se justificaria.
Em primeiro lugar, o argumento apenas provaria que cada série de causas tem uma causa primeira ou incausada, mas não prova que todas as causas sejam parte de uma série única de causas que tenha a única primeira causa, porque é possível que nem todas as causas sejam partes de uma série única de causas. Por outras palavras, o argumento provaria que há uma ou mais causas primeiras, mas não que exista apenas uma.
Em segundo lugar, apenas provaria, no melhor dos casos, que a primeira causa existe, não que essa primeira causa seja Deus. Em vez disso, a primeira causa poderia ter sido o Diabo (um candidato plausível, dada a natureza do universo). E mesmo que o argumento tivesse provado que a primeira causa tinha de ser um deus, não provaria que ele tivesse de ser o seu Deus (se for um crente) ou um deus que encaixasse na imagem padrão que os cristãos, judeus ou muçulmanos têm de Deus. Poderia ser qualquer um dos milhares de deuses diferentes em que os seres humanos acreditam ou, talvez, um em que um ser humano nunca tenha pensado. De facto, o argumento da primeira causa abre a possibilidade de que tenha existido um Deus que criou o universo (ou talvez muitos deuses), mas que agora Deus esteja morto.
Qual é a causa da existência de Deus?
Para além das duas objecções que acabámos de levantar contra o argumento da primeira causa, há uma objecção geral a todas as espécies de provas cosmológicas da existência de Deus. Lembremos que a força do argumento cosmológico reside na ideia de que não é plausível pensar que o universo tenha brotado para a existência apenas por si mesmo. Por outras palavras, parece a muitos crentes que uma coisa tão grandiosa como o universo requer, como seu criador, um ser que seja pelo menos tão grandioso.
Mas esta linha de raciocínio põe-nos em apuros. Se um universo requer um deus para explicar a sua existência, o que explica a existência do próprio Deus? Da mesma maneira, ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou então deve ter tido uma causa. No entanto, é tão implausível pensar que Deus sempre existiu ou que tenha simplesmente surgido, como pensar que também foi assim com o universo. O próprio raciocínio que nos leva a propor um deus como causa do universo deve levar-nos a propor um supradeus como sendo a causa de Deus. E, claro, o supradeus também precisa de uma causa, o suprasupradeus e assim infinitamente.
Portanto, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível. É tão implausível um deus incausado como um universo incausado, e é tão incrível uma série infinita de causas como uma série infinita de deuses.
Em resumo, podemos desafiar as provas cosmológicas da existência de Deus de, pelo menos, três maneiras importantes. Primeiro, podemos desafiar a ideia de que uma série infinita de causas não seja possível. Segundo, podemos questionar a validade da conclusão de que há apenas uma primeira causa e de que a primeira causa seja Deus. Terceiro, podemos defender que qualquer deus proposto como primeira causa para explicar o universo precisa tanto de uma causa como o próprio universo e, assim, o argumento, se provar a existência de um deus, provará a existência de uma série infinita de deuses.
Os argumentos cosmológicos tentam explicar a existência do universo postulando um criador. Outros argumentos concluem por um deus, não para explicar o universo como um todo mas apenas para explicar alguns dos seus aspectos, tais como a existência do bem ou o facto de o universo ser ordenado em vez de ser caótico.
Howard Kahane
Retirado de http://www.filedu.com/
Explicita pelo menos uma objecção ao argumento da causa primeira. (Deixa a tua resposta na caixa dos comentários.)
22 comentários:
A quentão do universo incausado, PENSO EU, se encontra na diferença entre causa e condição em física. Ou você achar que essa diferença não é tão relevante?
HugoP
Uma objecção á teoria da primeira causa é que se pensar-mos da mesma maneira teriamos que pensar que Deus também tve que ter uma caus a anterior ou que ele sempre existou ou entao que surgiu de repente mas é impensável que ele simplesmente tenha surgido e também é impensável que ele sempre existiu logo o próprio argumento opõe-se a si mesmo logo é implausível.
Carolina Almeida nº9 10ºC
Segundo o argumento da primeira causa, não é plausível pensar que o universo começou a existir por si só ou sempre existiu. Sendo assim, para muitos crentes o universo é algo tão grandioso que requer, como seu criador, um ser que seja pelo menos tão grandioso.
No entanto, se o universo exige um deus para explicar a sua existência, é necessário explicar a existência do próprio Deus. Contudo, ao tentarmos explicar a sua existência caímos no mesmo que no caso do universo: ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou então deve ter tido uma causa. E como é tão implausível pensar que Deus sempre existiu ou que tenha simplesmente surgido, somos levados a propor um criador para Deus como sendo a causa de Deus. E, seguindo o mesmo raciocínio, o criador de Deus também precisa de um criador e assim infinitamente.
Logo, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível.
Segundo o argumento da primeira causa, não é plausível pensar que o universo começou a existir por si só ou sempre existiu. Sendo assim, para muitos crentes o universo é algo tão grandioso que requer, como seu criador, um ser que seja pelo menos tão grandioso.
se o universo exige um deus para explicar a sua existência, é preciso explicar a existência de Deus.Mas ao tentarmos explicar a sua existência caímos no mesmo que no caso do universo: ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou então deve ter tido uma causa. E como é tão implausível pensar que Deus sempre existiu ou que tenha simplesmente surgido, somos levados a propor um criador para Deus como sendo a causa de Deus. E, seguindo o mesmo raciocínio, o criador de Deus também precisa de um criador e assim sucessivamente.
Portanto, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível.
pelo que nos diz o argumento da primeira causa, não é plausível dizer que o universo existiu por si próprio. Assim para muitos crentes o universo é grandioso e o seu criador teve que ser tão grande ou maior que ele...
O argumento da primeira causa, diz que não é plausível pensar que o universo começou a existir por si só ou que sempre existiu. Pois, para muitos crentes o universo é algo tão grandioso que requer, como seu criador, um ser que seja pelo menos tão perfeito. Mas, se o universo exige um deus para explicar a sua existência, é necessário explicar a existência desse próprio Deus. Contudo, ao tentarmos explicar a sua existência caímos no mesmo que no caso do universo: ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu depois. E como é tão implausível pensar que Deus sempre existiu ou que tenha simplesmente surgido, somos levados a propor um criador para Deus como sendo a causa de Deus. Mas isto não pode ser pois seguindo o mesmo raciocínio, o criador de Deus também precisa de um criador e assim sucessivamente... Acabamos por ficar numa cadeia causal infinita. Assim, o que obtemos no fim é sempre implausível.
Sara Fernandes n.º20 10.ºC
Segundo o argumento da primeira causa, não é plausível pensar que o universo começou a existir por si só ou sempre existiu.
Muitas pessoas que rejeitam o argumento da primeira causa acreditam que argumentos deste tipo sofrem todos de um de dois defeitos: ou as suas premissas são tão inaceitáveis ou questionáveis como as suas conclusões; ou as respectivas conclusões não se seguem validamente das premissas.
Logo, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível.
Uma das objecçoes é que, se "no mundo todos as coisas tem uma causa" e que "nada pode ser causa de si próprio" entao Deus nao pode ser a causa primeira. Pois, se ele é a causa primeira, é a causa de sí propria, mas se nada é a causa de sí proprio é impossivel que Deus tenho sido essa causa. E se no mundo, tudo tem uma causa e um efeito, a primeira causa tem de ser um efeito de uma outra causa.
O argumento da segunda causa defende que não é permissivel acreditar que o universo sempre existiu ou que é a sua propria causa. Então, se no mundo tudo tem que ter uma causa e nada pode ser a causa de si proprio, entao Deus não pode ser a causa primeira, pois teria que haver uma outra causa para esse efeito, mas assim não há uma causa primeira.
Maria Corujo nº24 10ºC
O argumento da causa primeira diz que não é possível a existencia do mundo apenas por si. Assim, muitos pensam que para existir o mundo tem que existir também um ser tao grandioso, capaz de criar tudo o que existe, e para estes este ser é Deus. Ora, põe-se a questão de conseguir explicar a existência de Deus. Mas ao refletirmos vemos que se tudo tem uma causa, Deus também tem que ter uma causa para o seu aparecimento. Porém, como tudo tem uma razão de ser, uma causa, Deus tembém tem que o ter, e então, o criador de Deus também tem que ter um criador e assim sucessivamente. Deparamo-nos, assim, com um dilêma.
Com isto, não vale de nada tentarmos explicar a existência de Deus, pois tudo o que existe vai ter que ter sempre um antecessor, e assim, Deus também segue esta ideia, o que nos deixa sem uma resposta concreta acerca da existência de Deus.
O argumento da primeira causa diz-nos que não é plausível pensar que o universo começou a existir por si só ou sempre existiu. Assim, se o universo não pode ter começado a existir por si só nem ter existido sempre,então segundo os crentes nesta teoria, o universo é algo tão grandioso que requer como seu criador um ser que seja pelo menos tão grandioso quanto a sua obra (o universo).
No entanto esta teoria tem as suas objecções.
A primeira objecção a esta teoria diz-nos que a segunda premissa não é aceitável, isto é, que não é aceitável que uma série infinita de causas provocadas por outros é impossível porque então não haveria uma primeira causa, e, portanto, não haveria segunda causa, terceira, etc... Os matemáticos em particular têm argumentado a favor da possibilidade de séries infinitas de eventos ou causas em termos técnicos e alguns filósofos têm aceitado o seu raciocínio.
Outra objecção ao argumento da primeira causa diz-nos que o argumento da primeira causa abre a possibilidade de que tenha existido um Deus que criou o universo( ou talvez muitos deuses ), mas que agora Deus esteja morto.
Para além destas 2 objecções o argumento da primeira causa, há ainda uma objecção geral a todas as espécies de provas cosmológicas da existência de Deus.
A força do argumento cosmológico reside na ideia de que não é plausível pensar que o universo tenha acordado para a existência apenas por si mesmo. Muitos crentes acreditam que uma coisa tão grandiosa como o universo requer como seu criador um ser que seja pelo menos tão grandioso. Contudo, este raciocínio faz-nos levantar a terceira objecção, isto é, Se o universo requer um deus para explicar a sua existência, o que explica a existência do próprio Deus?. Da mesma maneira, ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou então deve ter tido uma causa. No entanto, é tão implausível, pensar que Deus sempre existiu ou que tenha somente surgido, como pensar que também assim foi com o universo. O próprio raciocínio que nos leva a propor um deus como causa do universo deve levar-nos a propor um supradeus como sendo a causa de Deus. E, assim, O supradeus também precisa de uma causa, que será o suprasupradeus e assim sucessivamente e infinitamente.
Tatiana Raquel Pereira nº22 10ºC
Se o universo exige um deus para explicar a sua existência, é preciso explicar a existência de Deus. Mas ao tentarmos explicar a sua existência caímos no mesmo que no caso do universo: ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou então deve ter tido uma causa. E como é tão implausível pensar que Deus sempre existiu ou que tenha simplesmente surgido, somos levados a propor um criador para Deus como sendo a causa de Deus. E, seguindo o mesmo raciocínio, o criador de Deus também precisa de um criador e assim sucessivamente.
Portanto, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível.
O argumento da primeira causa diz-nos que não é plausível pensar que o universo começou a existir por si só ou sempre existiu. Assim, se o universo não pode ter começado a existir por si só nem ter existido sempre,então segundo os crentes nesta teoria, o universo é algo tão grandioso que requer como seu criador um ser que seja pelo menos tão grandioso quanto a sua obra (o universo).
Contudo, ao tentarmos explicar a sua existência caímos no mesmo que no caso do universo: ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou então deve ter tido uma causa. E como é tão implausível pensar que Deus sempre existiu ou que tenha simplesmente surgido, somos levados a propor um criador para Deus como sendo a causa de Deus. E, seguindo o mesmo raciocínio, o criador de Deus também precisa de um criador e assim infinitamente.
Logo, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível.
Em termos aproximados, podemos dizer que um argumento é conclusivo (deve persuadir-nos a aceitar a respectiva conclusão) apenas se satisfaz duas condições:[2]
1. As suas premissas são aceitáveis ou estão justificadas.
2. As suas premissas (justificadas) fornecem provas ou razões suficientes para justificar a aceitação da conclusão (neste caso o argumento é dito válido).
Muitas pessoas que rejeitam o argumento da primeira causa acreditam que argumentos deste tipo (com frequência chamados de metafísicos ― ver Capítulo 6 para mais sobre a metafísica) sofrem todos de um de dois defeitos: ou as suas premissas são tão inaceitáveis ou questionáveis como as suas conclusões; ou as respectivas conclusões não se seguem validamente das premissas. Por exemplo, uma objecção levantada contra o argumento da primeira causa é o de que a segunda premissa não é aceitável (quase todas as pessoas aceitam a sua primeira premissa).
Em segundo lugar, apenas provaria, no melhor dos casos, que a primeira causa existe, não que essa primeira causa seja Deus. Em vez disso, a primeira causa poderia ter sido o Diabo (um candidato plausível, dada a natureza do universo). E mesmo que o argumento tivesse provado que a primeira causa tinha de ser um deus, não provaria que ele tivesse de ser o seu Deus (se for um crente) ou um deus que encaixasse na imagem padrão que os cristãos, judeus ou muçulmanos têm de Deus. Poderia ser qualquer um dos milhares de deuses diferentes em que os seres humanos acreditam ou, talvez, um em que um ser humano nunca tenha pensado. De facto, o argumento da primeira causa abre a possibilidade de que tenha existido um Deus que criou o universo (ou talvez muitos deuses), mas que agora Deus esteja morto.
Segundo o argumento da primeira causa, é impensável achar que o universo começou a existir por si só ou sempre existiu. por isso, para muitos crentes o universo é algo tão grandioso que requer, como seu criador, um ser que seja pelo menos tão grandioso.
Uma das objecçoes é que, se "no mundo todos as coisas tem uma causa" e que "nada pode ser causa de si próprio" entao Deus nao pode ser a causa primeira. o que o argumento da primeira causa afirma acerca da formação do universo pode ser então utilizado para refutar o argumento aplicando o raciocínio a Deus.
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Uma das objecçoes é que, se todas as coisas tem uma causa,e se nada pode ser causa de si próprio, entao Deus nao pode ser a causa primeira. Pois, se ele é a causa primeira, é a causa de sí proprio, mas se nada é a causa de sí proprio é impossivel que Deus tenha-o sido. E se no mundo, tudo tem uma causa e um efeito, a primeira causa tem de ser um efeito de uma outra causa.
Márcia nº13 10c
Uma objecção ao argumento da causa primeira é que o argumento apenas prova que cada serie de causas tem uma causa primeira ou incausada, mas não prova que todas as causas sejam parte de uma serie unica de causas que tenha a única primeira causa, porque é possivel que nem todas as causas sejam partes de uma serie unica de causas. Isto é, o argumento provaria que há uma ou mais causas primeiras, mas não que existe apenas uma.
Sem uma causa primeira nenhum dos seus efeitos existiria e portanto o universo actual não existiria. Mas esta ideia é falsa pois não tem em conta que se esta ideia de causas por infinita a inexistência de uma causa primeira não acarreta a inexistência de efeitos e portanto do universo.
Uma objecção é que a primeira causa da cadeia causal não pode ser Deus, porque, se "no mundo todas as coisas têm uma causa" e "nada pode ser causa de si próprio", então Deus que é a causa primeira não pode ser a causa de si próprio, tem que haver uma causa anterior que tenha como efeito Deus, porque no mundo tudo tem uma causa e um efeito.
Deus transcende o universo, o tempo, espaço, causa, efeito não fazem sentido para sua existência. Não faz sentido também falar que ele sempre existiu, pois o tempo não faz sentido antes da existência do universo. Deus simplesmente é. Não faz sentido em falar em causa e efeito (que por sua vez envolve tempo, espaço, etc.). Não faz sentido falar que para sua existência deve ter uma causa anterior. Ao contrário, o universo ( a criação é temporal, espacial, causal), teve um unício ( ou vários englobando um conceito mais amplo de multiversos). Assim o universo existe e pode ter tido uma causa transcendente a ele mas seu criador não necessita de causa...
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