segunda-feira, 24 de outubro de 2011

TAUTOLOGIAS E CONTRADIÇÕES

Há diferentes modos de as afirmações serem verdadeiras ou falsas. Vejamos os seguintes exemplos:
1.    Sócrates era grego.
2.    Sócrates era egípcio.
3.    Se Sócrates era grego, era grego.
4.    Sócrates era e não era grego.
As afirmações 1 e 3 são verdadeiras; 2 e 4 são falsas. Mas há uma diferença crucial entre as afirmações 1 e 3. Essa diferença é a seguinte: a afirmação 1 é verdadeira, mas a sua verdade não pode ser determinada logicamente, ao passo que a verdade da afirmação 3 pode ser determinada logicamente. Isto acontece porque 3 é verdadeira em qualquer circunstância logicamente possível, ao passo que 1 só é verdadeira nas circunstâncias em que Sócrates era grego; diz-se por isso que 3 é uma verdade lógica, ao passo que 1 não o é; chama-se “tautologias” às verdades lógicas.
O mesmo acontece relativamente a 2 e 4; a afirmação 2 é falsa, mas a sua falsidade não pode ser determinada logicamente. Isto acontece porque 4 é falsa em qualquer circunstância logicamente possível, ao passo que 2 só é falsa nas circunstâncias em que Sócrates não era egípcio; diz-se por isso que 4 é uma falsidade lógica, ao passo que 2 não o é; chamam-se “contradições” às falsidades lógicas.
Às afirmações cuja verdade cuja verdade ou falsidade não pode ser determinada unicamente por meios lógicos, como é o caso das afirmações 1 e 2, chama-se “proposições logicamente contingentes”.
MURCHO, Desidério, O Lugar da Lógica na Filosofia, 2003. Lisboa: Plátano Editora, pp. 53-54

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